Tendo o GIFI inaugurada a publicação de peças cujo autores não são seus associados, mas que se referem a temas abrangidos pelo seu objecto, com o artigo de Tiago Cardoso sobre a Cabicanca, pareceu-nos necessário publicar igualmente a posição do autor sobre a criptozoologia.

Cabe ao GIFI a edição e publicação, mas o direito de autor e toda a responsabilidade pelo conteúdo são exclusivamente do respectivo autor. Ao autor agradecemos a disponibilidade para contribuir positivamente para os conteúdos da página Internet do GIFI.

O autor, Tiago Cardoso, é natural e residente do Vale da Amoreira. Licenciado em Engenharia Florestal e dos Recursos Naturais pelo Instituto Superior de Agronomia, interessa-se pelo folclore, mitologia e mistérios não-ficcionais de vários tipos (nomeadamente os desaparecimentos inexplicáveis e a criptozoologia), matérias às quais dedica boa parte das suas leituras e pesquisas na Internet. Escreve tanto ficção, como não-ficção, tendo já colaborado para o Portugal Num Mapa (ver aqui) um site de divulgação de Portugal e da sua cultura, dos seus locais e da sua natureza.

 

 

Criptozoologia

 

Desde criança que tenho interesse no que está para lá daquilo que nós, homens, presenciamos, conhecemos, entendemos e damos como certo. Fantasmas, locais enigmáticos, óvnis… Mas não há elementos do sobrenatural que mais curiosidade e foco me despertam do que os criptidos.

Os criptidos são animais alegadamente relatados em várias partes do mundo que não são identificados como exemplares de raças, espécies e/ou géneros conhecidos pela ciência oficial existentes nessas áreas ou em toda a Terra nas alturas dos relatos em causa. O estudo dos criptidos tem um nome: criptozoologia; «cripto-» é o prefixo que exprime a ideia de oculto.

Aposto que alguns dos seres fantásticos estudados pela criptozoologia vêm agora à vossa mente: o Monstro do Lago Ness, o Iéti, o Bigfoot, etc. O que vocês provavelmente não sabem é que alguns seres fantásticos em Portugal podem ser considerados criptidos. O exemplo mais primário que dou de um criptido português é a Cabicanca. É acerca dela o artigo da minha autoria publicado pelo no GIFI – Associação Portuguesa para a Investigação sobre criptidos em Portugal. Um projeto cuja feliz oportunidade de ver a luz do dia volto a agradecer aos responsáveis por este site.

Pretendo ser criptozoólogo, isto é, alguém que se dedica à criptozoologia, nem que seja só por passatempo. Essa é a razão que me leva a escrever sobre este tema.

Reconheço que a criptozoologia é uma pseudociência. Isso quer dizer que é um estudo que confia em informações por comprovar e no qual não é seguido o método científico tradicional. Porém, acho que a criptozoologia é das pseudociências mais científicas, porque pode seguir um método de estudo organizado.

Chamo método criptozoólogico ao conjunto de passos para estudar um criptido em específico. O método criptozoólogico que estou a usar agora é baseado no do site Institut Virtuel de Cryptozoologie (ver aqui[). Os passos sempre presentes do meu método criptozoólogico são:

– Relatos (lendas e testemunhos em primeira ou segunda mão sobre o criptido a ser investigado);

– Análise criptozoólogica e cultural (apontamento das características físicas e comportamentais do criptido investigado e explicações de como tais características se inserem no contexto sociocultural da área e da época das quais provêm os seus relatos);

– Hipóteses naturais (hipóteses plausíveis para o que o criptido investigado foi ou é, sempre dentro do que é conhecido pela ciência oficial);

– Bibliografia (acompanhada de agradecimentos se alguém me auxiliar pessoalmente com informações para as minhas investigações).

Há ainda dois passos do meu método que só são incluídos se para eles houver informações relevantes:
– Embustes (eventuais fraudes relacionadas com o criptido investigado);

– Pistas materiais (Pistas concretas eventualmente deixadas pelo criptido investigado como pegadas, ossos ou excrementos).

É com este método criptozoológico que investigo criptidos portugueses. Comprometo-me a dar o melhor para que possam conhecer mais a fundo os seres fantásticos do folclore português estudados pela criptozoologia.

Espero que possam desfrutar da leitura de artigos da minha autoria e que vos despertem o interesse pelo fascinante universo dos criptidos, como tem despertado em mim.